Algaroba (Prosopis juliflora), típica do semiárido nordestino, presente no Rio Grande do Norte.
Vamos começar analisando a anatomia foliar de espécies tipicas desses ambientes, observe a figura a seguir:
Observe a epiderme MULTIESTRATIFICADA para distancias a parte interna do mesofilo do calor externo, evitando assim maior desidratação da planta e ou ressecamento, além disso a presença de uma cutícula bem espessa sobre a superfície adaxial da folha, o que também é importante, mas por que? Porque a cutícula possui CUTINA, uma substância graxa, altamente hidrofóbica e que repele água, consequentemente, impede a perda de água pela epiderme superior!!! Veja que estratégia! Mas não para por aí.
Os ESTÔMATOS, estruturas especializadas da epiderme foliar, podem perder água sobre a forma de vapor, no processo conhecido como transpiração, no entanto, é óbvio que essas plantas não querem perder essa água na forma de vapor, pois a água é preciosa nesse ambiente. Para minimizar e resolver esse problema, os estômatos estão isolados em CRIPTAS na epiderme inferior, para distanciar do calor externo!
ENTÃO AS PLANTAS NÃO TRANSPIRAM NESSE AMBIENTE?
Sim, elas transpiram,porém a grande maioria dos vegetais possui um comportamento metabólico diferenciado no ambiente seco, conhecido como metabolismo tipo CAM (metabolismo ácido das crassuláceas), no qual as plantas abrem o estômato apenas durante a noite para entrada de CO2 e o fecham durante o dia, para exatamente evitar a dessecação!
ESQUEMA DO METABOLISMO TIPO CAM
Muitos desses vegetais acumulam água em um local bem diferente: no CAULE! Isso mesmo que você leu! Alguns caules de cactáceas podem servir como uma verdadeira cisterna, conhecidos como CLADÓDIOS. Esses caules suculentos são ricos em um tecido vegetal fundamental simples conhecido como PARÊNQUIMA AQUÍFERO ou ARMAZENADOR DE ÁGUA! Mais uma vez a tecnologia da natureza se mostrando poderosa!
No entanto, todos nós estudamos um dia na vida que a planta só têm água se ela captar do solo, não é mesmo? E para isso, é necessário uma RAIZ! Portanto, plantas de ambiente seco devem possuir uma raiz bem mais profunda, que consiga alcançar os níveis mais profundos de solo e, assim, conseguir algum teor de água. Essa raiz que predomina nessas espécies vegetais é conhecida como AXIAL ou PIVOTANTE, em espécies dicotiledôneas. E claro, a zona PILÍFERA dessas raízes geralmente é bem desenvolvida, uma vez que é a região responsável pela absorção da água!
Essas foram algumas das principais características gerais de plantas que suportam ambientes quentes e secos, mostrando mais uma vez para os leitores como a natureza é perfeita e demonstra para o homem que tem uma tecnologia altamente eficaz, refletida nessa EXPLOSÃO ADAPTATIVA!!!